Deseja expressar gratidão neste Dia de Ação de Graças? Em vez disso, tente falar sobre suas dívidas
Um novo estudo da BYU reforça pesquisas anteriores sobre como o princípio de se estar em dívida eleva as práticas de gratidão
Deseja expressar gratidão neste Dia de Ação de Graças? Em vez disso, tente falar sobre suas dívidas
Um novo estudo da BYU reforça pesquisas anteriores sobre como o princípio de se estar em dívida eleva as práticas de gratidão
Inúmeras famílias norte-americanas se reunirão em torno da mesa, para o jantar de Ação de Graças nesta quinta-feira, 23 de novembro, e citarão coisas específicas pelas quais são gratas.
E embora esta não seja uma má prática, um princípio adicional pode elevar a gratidão de uma pessoa: expressar sua condição de devedor.
Um novo estudo da Universidade Brigham Young descobriu que, aqueles que expressam sua condição de devedor, o reconhecimento de que as coisas boas em sua vida vêm de Deus e de outras pessoas, têm níveis mais elevados de empatia e são mais propensos a oferecerem amor e serviço, do que aqueles que expressam apenas gratidão.
A universidade informou [em inglês] que Jenae Nelson, que concluiu seu doutorado na BYU, e agora é pesquisadora associada de pós-doutorado na Universidade de Baylor e na Universidade de Harvard, foi coautora do novo estudo com os professores de Psicologia da BYU, Sam Hardy e Dianne Tice.
Ela disse que a gratidão é muitas vezes secularizada para se concentrar em coisas materiais, e pode até se tornar algo cheio de orgulho, como publicações nas redes sociais alardeando sobre carros novos, casas ou outros bens.
A dívida para com Deus, por outro lado, é “inerentemente social” pois é vivenciada entre as pessoas. Alguém pode olhar pela janela e se sentir grato pelo pôr do sol, disse Nelson; mas expressar gratidão a Deus pelo pôr do sol cria um sentimento de dívida transcendente.
Nelson esclareceu a diferença entre dívida e dívida transcendente. A primeira pode parecer transacional, como um relacionamento que termina quando uma parte retribui à outra; mas a segunda é mais parecida com o que as crianças sentem em relação aos pais, disse ela. Os filhos não podem retribuir os pais por tê-los criado, mas podem retribuir essa bondade honrando o nome da família ou cuidando dos pais idosos.
“A gratidão sem dívida é realmente superficial”, disse Nelson. No entanto, “se você se sente apenas um devedor, mas não sente gratidão, é mais provável que seja essa dívida transacional que você esteja sentindo. ... É na fusão e no emparelhamento destas duas [gratidão e dívida] que realmente vemos os benefícios da gratidão surgirem.”
O estudo sobre gratidão e senso de dívida
O estudo de um mês designou aleatoriamente os participantes para um de três exercícios semanais: criar listas de gratidão, escrever cartas de gratidão a alguém que apreciam e expressar gratidão a Deus.
Os resultados mostraram que aqueles que expressaram gratidão a Deus, ou a outra pessoa, experimentaram níveis mais elevados de dívida transcendente, e aqueles com os níveis mais elevados de dívida transcendente foram mais propensos a fazerem doações de caridade, do que aqueles que apenas sentiam gratidão.
Além disso, aqueles que apenas escreveram listas de gratidão apresentaram níveis suprimidos de empatia e dívida durante o estudo.
“Acredito que Deus... nos fez para sermos gratos, mas Ele nos fez para sermos gratos a Ele e [aos outros]”, disse Nelson.
Ela apontou exemplos bíblicos de pessoas com senso de dívida, como quando Jesus Cristo agradeceu ao Pai Celestial, antes de alimentar a multidão com apenas dois peixes e cinco pães.
“Ele primeiro agradeceu a Deus..., e então o efeito multiplicador aconteceu”, disse Nelson. “Então creio que estamos vendo o verdadeiro princípio do evangelho, de quão importante é para nós olharmos para Deus em busca de nossas bênçãos, e então vemos... a generosidade de Deus em nossa vida, ainda mais à medida que o fazemos.”
A oração pode ser um recurso especialmente bom para mantermos a gratidão e o sentimento de dívida, disse Nelson. E como a oração é uma parte importante do cumprimento dos convênios, ela faz parte das práticas de adoração dos santos dos últimos dias.
“Acredito que a lição mais importante... é a ideia de que se você realmente quer ser um indivíduo mais generoso, altruísta e caridoso, então você precisa desenvolver gratidão nos relacionamentos, e isso inclui nosso relacionamento com Deus”, disse ela.
Pesquisa anterior sobre a gratidão
Esta não é a primeira vez que Nelson estuda a gratidão. Em 2021, enquanto era uma doutoranda na Universidade Brigham Young, ela participou em duas linhas de pesquisa, que sugeriram pela primeira vez a importância do senso de dívida.
Em um conjunto de estudos, os pesquisadores examinaram as circunstâncias de vida dos alunos da BYU, e como isso se relacionava com a gratidão. Por exemplo, se os alunos tivessem dificuldades para pagar as contas ou passar nas aulas, seriam menos gratos?
Os alunos que expressaram gratidão a Deus, apesar dos desafios, conseguiram manter a gratidão, disse Nelson naquela época.
A segunda linha de pesquisa teve uma amostra mais representativa a nível nacional. Descobriu que a gratidão e a dívida para com Deus resultam em mais empatia, doações de caridade e comportamento pró-social.
Nelson lembrou de outra descoberta interessante de sua pesquisa anterior sobre gratidão: a tendência entre as pessoas não religiosas de expressarem gratidão à natureza, à ciência ou a qualquer outra coisa, além delas mesmas.
Pessoas de todas as origens, disse ela, estão encontrando maneiras de expressar um senso de dívida e gratidão.
“Acho que [isso] é realmente profundo e mostra... o quanto a nossa gratidão faz parte da nossa natureza divina”, disse Nelson.